quinta-feira, 8 de março de 2018

Enciclopédia dos Mitos e Lendas do Brasil: Iara

O mito da Iara, conhecida também pelas epítetos de Senhora das Águas, Mãe d'água, segundo o folclore brasileiro, é uma linda sereia que vive no rio Amazonas, sua pele é parda, possui cabelos longos e verdes, e olhos castanhos. Trata-se de uma estória de origem indígena, oriunda da região amazônica, localizada no norte do País.

Iara, pertencente ao que alguns chama de os cinco grandes, as cinco grandes lendas das quais grande parte das crianças da pré-Escola é do fundamental se lembram decor: Saci Pererê, Curupira, Mula Sem Cabeça, Iara, é Lobisomem. Nada melhor para neste dia das Mulheres contar sobre o mito folclórico de uma das principais mulheres do Folclore Brasileiro que seu mito atravessar gerações.

Iara ou Yara, do indígena Iuara, significa “aquela que mora nas águas”. A Mulher-Peixe pertence a classe dos mitos amazônicos aquáticos, provavelmente nos tecidos mitológicos deve ter se encontrado com seus conhecidos amazônicos, Boto, Boitatá, Boiúna e Cobra Norato.

A lenda conta que a linda sereia fica nos rios do norte do país, onde costuma viver. Passa grande parte do tempo admirando sua beleza no reflexo das águas, brincando com os peixes e penteando seus cabelos com um pente de ouro.

Créditos: Bianca Duarte. Pinterest.com.
Nas pedras das encostas, costuma atrair os homens com seu belo e irresistível canto, que ecoa pelas águas e florestas da região. As vítimas costumam seguir Iara até o fundo dos rios, local de onde nunca mais voltam. Os poucos que conseguem voltar acabam ficando loucos em função dos encantamentos da sereia. Neste caso, conta a lenda, somente um ritual realizado por um pajé (chefe religioso indígena, curandeiro) pode livrar o homem do feitiço.

Contam os índios da região amazônica que Iara era uma excelente índia guerreira. Os irmãos tinham ciúmes dela, pois o pai a elogiava muito. Certo dia, os irmãos resolveram matar Iara. Porém, ela ouviu o plano e resolveu matar os irmãos, como forma de defesa. Após ter feito isso, Iara fugiu para as matas. Porém, o pai a perseguiu e conseguiu capturá-la. Como punição, Iara foi jogada no rio Solimões (região amazônica). Os peixes que ali estavam a salvaram e, como era noite de lua cheia, ela foi transformada numa linda sereia.

Desde então, Iara habita os rios amazônicos conquistando homens e depois levando-os ao fundo do rio, os quais morrem afogados.

De acordo com algumas versões da lenda, quando está fora das águas, Iara se transforma numa linda mulher, perdendo seus poderes (Mesmo efeito que acontece com o Boto).

Origens.

Segundo o folclorista Luís da Câmara Cascudo, esse é um mito de origem europeia, que chegou ao Brasil na segunda metade do século 19. A sereia está presente na mitologia de diversos povos europeus. Aparece, desde a Odisseia, de Homero que data do século 9 a.C. Porém, no relato homérico, ela é meio pássaro e não peixe.

Das criaturas fantásticas que são metade mulher, metade peixe, entre os mitos europeus, a mais conhecida é Loreley, dos povos nórdicos e germânicos. É sobre ela que se contam as histórias de sedução de marinheiros que se afogam nas profundezas das águas, onde ela tem seu castelo.

Não está documentado nenhum mito semelhante entre os índios brasileiros dos séculos 16, 17 e 18 pelos cronistas e viajantes que percorreram o Brasil. Nas crenças indígenas, existem várias mães dos diversos elementos da natureza (a Mãe do Mato, a Mãe do Fogo, a Mãe da Fruta, etc.). São as Ci, em tupi.

Em uma delas, cronistas dos séculos XVI e XVII registraram que, no princípio, o personagem era masculino e chamava-se Ipupiara, homem-peixe que devorava pescadores e os levava para o fundo do rio. No século XVIII, Ipupiara vira a sedutora sereia Uiara ou Iara. Pescadores de toda parte do Brasil, de água doce ou salgada, contam histórias de moços que cederam aos encantos da bela Iara e terminaram afogados de paixão. Ela deixa sua casa no leito das águas no fim da tarde. Surge sedutora à flor das águas: metade mulher, metade peixe, cabelos longos enfeitados de flores vermelhas. Por vezes, ela assume a forma humana e sai em busca de vítimas.

No entanto, elas não têm forma humana. Na verdade, não têm forma propriamente dita. São entidades difusas, identificadas com o próprio elemento a que deram origem. Também não são entidades sedutoras nem maléficas. Apenas protegem seus filhos.

Créditos: Anne Stokes. WWW.Annestokes.com
Para os índios brasileiros, a criatura que reside nas águas e devora os homens ou os mata afogados é a Cobra d'Água, também chamada de Cobra Grande ou Boiúna, mas ela não se torna mulher. No Amazonas, é o mito do Boto que se transforma em gente, homem ou mulher, para seduzir o sexo oposto.

A Mãe d'Água, porém, está presente em outras tradições que ajudaram a formar o folclore brasileiro: as tradições africanas. É o caso de Iemanjá, dos negros iorubanos, um orixá do candomblé. Iemanjá é a mãe ou rainha das águas e é a entidade que deve ser cultuada especialmente por aqueles que vivem do mar, pescadores e marinheiros.

Por sua origem africana, Iemanjá, que ainda pode ser conhecida como Janaína ou dona Janaína, não tem originalmente a forma de uma sereia e nem é branca. É a mistura de várias tradições, lendas e mitos que vai resultar naquela mulher alva, vestida de azul-claro, que é representada, em geral, saindo das espumas do mar.

Fontes.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Iara

https://www.todamateria.com.br/lenda-da-iara/

https://www.suapesquisa.com/folclorebrasileiro/lenda_iara.htm

https://educacao.uol.com.br/disciplinas/cultura-brasileira/mae-dagua-sereia-europeia-ou-orixa-africano.htm

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